


Flora e Vegetação do concelho de Benavente

Localização do Ribatejo em Portugal continental.
Bem vindo!
Sou formado em Arquitetura Paisagista pela Universidade de Évora (grau de Mestre, 2014) e tenho aprofundado estudos nas áreas da Fitossociológica e Geobotânica, tendo sempre em vista a transferência de conhecimentos destas ciências para a valorização da paisagem e o ordenamento do território.
Este site surgiu da necessidade em divulgar a grandeza do património florístico existente no Ribatejo, mais concretamente no Município de Benavente.
De elevada singularidade e diversidade (comparando com países da Europa central ou setentrional), a flora existente no concelho possui plantas com áreas de ocorrência bastante restrita, como por exemplo Leuzea longifolia ou Thymus capittelatus (tomilho-do-mato), que em todo o mundo só existem em Portugal de forma espontânea!
Aliás, no concelho de Benavente é possivel encontrar exemplares das duas únicas árvores endémicas de Portugal continental (pouco divulgadas para a sociedade). São elas duas verdadeiras (fito)reliquias com ecologias bastante específicas. A primeira trata-se de Juniperus navicularis (zimbro-português), que ocorre apenas em substratos arenosos e permeáveis. Curiosamente produz umas bagas com grande valor medicinal e aromático, praticamente desconhecido pelos habitantes. A segunda trata-se de Quercus rivasmartinezii (carrasco-arbóreo), que ocorre em substratos coesos, neutro-básicos, normalmente junto a carvalhais de folha marcescente, nomeadamente de Quercus broteroi (carvalho-cerquinho). Este carrasco-arbóreo foi identificado pela primeira vez neste território em 2012, por mim, nas proximidades do Infantado.
Contudo, a paisagem nestas superfícies é dominada por Quercus suber (sobreiro), que segundo Natividade (1950), "nenhuma árvore dá mais exigindo tão pouco". Repare-se que esta suporta solos de textura arenosa (paleodunas), pobres em nutrientes e matéria orgânica, de pH ácido. Ao nível do ombroclima prefere o sub-húmido, conseguindo resistir a verões quentes (termomediterrâneo) e secos. De facto, foi bem instituída como árvore nacional pela Assembleia da Républica (n.º 15/2012), a 22 de Dezembro de 2011.
É de todo o meu interesse também divulgar o conhecimento etnobotânico da flora local. Destaque-se a título de exemplo algumas plantas que outrora desempenharam um papel importanticímo na gastronomia, através do seu valor alimentício, mas também pelo seu valor medicinal, aromático e condimentar, como por exemplo o Raphanus raphanisturm (saramagos) utilizado para fazer esparregados, o Helichrysum italicum (erva-do-caril) utilizado para infusões ou a Mentha pulegium (poejo), utilizado para aromatizar sopas, licores, entre muitas outras aplicações.
Arquiteto Paisagista:
Mauro André Maurício Raposo





